Chico Xavier

Prece ao templo espírita

Senhor Jesus, abençoa, por misericórdia, o lar que nos deste ao serviço da oração.

Reúne-nos aqui em teu amor e ensina-nos a procurar-te para que não nos percamos à margem do caminho.

Nos instantes felizes, sê nossa força, para que a alegria não nos torne ingratos e insensíveis.

Nos momentos amargos, sê nosso arrimo, para que a tristeza não nos faça abatidos e inúteis.

Nos dias claros, concede-nos a benção do suor no trabalho digno.

Nas noites tempestuosas, esclarece-nos o espírito para que te entendamos a advertência.

Inclina-nos a pensar sentindo, para que não guardemos gelo no cérebro, e induze-nos a sentir pensando para que não tenhamos fogo no coração.

Ajuda-nos para que a caridade em nossa existência não seja vaidade que dilacere os outros e para que a humildade em nossos dias não seja orgulho rastejante!

Auxilia-nos para que a nossa fé não se converta em fanatismo e para que o nosso destemor não se transforme em petulância.

Amorável Benfeitor perdoa as nossas faltas.

Mestre Sublime reergue-nos para a lição.

E, sobretudo, Senhor, faze que entendamos a Divina Vontade, a fim de que, aprendendo a servir contigo, saibamos dissolver a sombra de nossa presença na glória de tua luz!                                        Emmanuel/Chico Xavier

Prece do pão

Senhor!

Entre aqueles que te pedem proteção, estou eu também, servo humilde a quem mandaste extinguir o flagelo da fome.

Partilhando o movimento daqueles que te servem, fiz hoje igualmente o meu giro.

Vi-me frequentemente detido, em lares faustosos, cooperando nas alegrias da mesa farta, mas vi pobres mulheres que me estendiam, debalde, as mãos!…

Ví crianças esquálidas que me olhavam ansiosas, como se estivessem fitando  um tesouro perdido.

Encontrei homens tristes, transpirando suor, que me contemplavam, agoniados, rogando em silêncio, para que lhes socorresse os filhinhos largados ao extremo infortúnio…Escutei doentes que não precisavam tanto de remédio, mas de mim, para que pudessem atender ao estômago torturado!…

Ví a penúria cansada de pranto e reparei, em muitos corações desvalidos, mudo desespero por minha causa.

Entretanto, Senhor, quase sempre estou encarcerado por aquelas mesmas criaturas que te dizem honrar.

Falam em teu nome, confortadas e distraídas na moldura do supérfluo, esquecendo que caminhaste, no mundo, sem reter uma pedra em que repousar a cabeça. Elogiam-te e exaltam-te a glória, sem perceberem, junto delas, seus próprios irmãos fatigados e desnutridos. E, muitas vezes, depois de formosas dissertações em torno de teus ensinos, aprisionam-me em gavetas e armários, quando não me trancam sob a tela colorida de vitrines custosas ou no recinto escuro dos armazéns.

Ensina-lhes, Senhor, nas lições da caridade, a dividir-me por amor, para que eu não seja motivo à delinquência.

E, se possível, multiplica-me, por misericórdia, outra vez, a fim de que eu possa aliviar todos os famintos da Terra, por que, um dia, Senhor, quando ensinavas o homem a orar, incluíste-me, entre as necessidades mais justas da vida, suplicando também a Deus: “O pão nosso de cada dia dai-nos hoje.”    (Meimei/Chico Xavier)

Rogativa do Servo

Senhor!

Dá-nos a força, mas não nos deixes humilhar  os mais fracos.

Dá-nos a luz da inteligência, no entanto, ensina-nos a auxiliar aos irmãos que jazem nas sombras.

Dá-nos a calma, contudo, não nos consintas viver na condição das águas paradas.

Dá-nos a paciência, entretanto, não nos relegue à inércia.

Dá-nos a fé, mas não nos permitas o cultivo da intolerância.

Dá-nos a coragem, no entanto, livra-nos da imprudência.

Concede-nos, por fim, o conhecimento da harmonia e da perfeição que devemos buscar; não nos deixes, porém, na posição da Vênus de Milo, sempre maravilhosamente bela, diante do Mundo, mas sem braços para servir a ninguém.

André Luiz/Chico Xavier

Oração para não incomodar

Senhor!

Concede-me, por misericórdia, o dom de contentar-me com o que tenho, a fim de fazer o melhor que posso.

Ensina-me a executar uma tarefa de cada vez, no campo de minhas obrigações, para que eu não venha a estragar o valor do tempo.

Livra-me da precipitação e da insegurança, de modo a que não busque aflições desnecessárias ante o futuro, nem me entregue à inutilidade do presente. Dá-me a força de esperar com paciência a solução dos problemas que me digam respeito sem tumultuar o caminho dos que me cercam.

Ajuda-me a praticar o esquecimento de mim mesmo, auxiliando-me a fazer pelo menos um benefício aos outros, cada dia, sem contar isso a ninguém. Se esse ou aquele companheiro me aborrece, induze-me a olvidar o que se passou, sem dar conhecimento do assunto aos que me rodeiam.

Ensina-me a não condenar seja a quem for e quando algum apontamento injurioso ou alguma nota de crítica malévola vierem-me à cabeça, ampara-me a fim de que eu tenha recursos de dissipa-los em silêncio, no plano de meus esforços imanifestos.

Impele-me a calar.

André Luiz/Chico Xavier